Entrevista cedida pela psicóloga Estela Noronha para Jornalista Julia Couto - AreaM
Veja o que a psicóloga Estela Noronha respondeu nesta entrevista:
-O que significa o fato da mulher não conseguir ficar sozinha, precisar sempre ter alguém do lado?Estela: pode significar alguns fatores. Pode estar, por exemplo, sinalizando que ela perdeu o sentido de sua vida. Ou mesmo, que ela não o descobriu. E o não se descobrir leva em conta inclusive a educação e o sistema em que ela foi criada. Essa mulher pode estar se sentido depressiva e fragilizada por algum motivo e portanto, dependente emocionalmente. Algumas pessoas só se sentem inteiras, completas, estando ao lado de alguém, como se esse alguém fosse o responsável pela sua felicidade, o que não é verdade. Porque estar com um companheiro é "estar com" e não "estar para". O outro deve ser para a mulher o companheiro de jornada e não o seu realizador.
- É comum mulheres que sofrem por estarem sozinhas?Estela: é comum principalmente, para aquelas mulheres que não possuem vida própria. Que construiu sua rotina exclusivamente em função do companheiro.
- A mulher que não sabe ficar só deve ser considerado como um problema?Estela: o que faz uma situação tornar-se um problema ou não, é o "tom" que você dá a questão. Explicando melhor: se a mulher fez da vida do marido ou companheiro a sua vida e esqueceu-se de si, dos seus anseios, dos seus sonhos e de suas realizações pessoais, aí torna-se um problema. Porque ao perder o outro, perde o significado de sua vida. Vem o vazio e a necessidade de ter sempre alguém ao seu lado, no anseio de preencher a lacuna deixada pelo relacionamento anterior.
- Qual a melhor forma de terapia para a mulher que não consegue ficar sozinha?Estela: com um trabalho de recuperação da autoestima e do autoconhecimento. A mulher nunca deve esquecer que ela também é um indivíduo na relação a dois, com anseios e prioridades. Ela pode e deve se doar para a relação, mas nunca se esquecer de si. Portanto, a melhor forma de tratar-se é se reconectando consigo mesma, o que é feito de forma maravilhosa através da psicanálise. Procurando sua satisfação, redescobrindo as coisas que lhe dão sentido na vida.
- Isso é mais comum entre as mulheres?Estela: dessa forma sim. Mas, a versão masculina dessa dependência, acontece quando o homem busca na sua companheira um ideal de mulher parecido com sua mãe. São aqueles sujeitos que esperam que sua companheira cuide deles como a sua mãe cuidaria. Ou seja, não estão em busca de uma mulher na relação, mas de uma mãe mais nova, cuidadora e provedora.
- Ainda existe a cultura de que “nada melhor que um novo amor para esquecer o antigo? ” Isso realmente funciona?Estela: existe sim e às vezes funciona. Tenho exemplos de situações como essa em meu consultório. Então esta é a formula correta, a formula mágica? Não, não é. Na teoria deveríamos elaborar emocionalmente a perda do par amoroso para não cometermos os mesmos erros ou fazer do próximo parceiro o "limão amargo" de nossas vidas. Ou ainda, para entrarmos mais inteiros e aptos para a relação seguinte. Mas, isso é apenas teoria, que serve “a priori”, apenas como um norte. Na vida amorosa, vale muito mais a intuição, a oportunidade de estar na hora e no lugar certo, o arriscar-se, do que a racionalização mental do que é certo e errado. Relacionar-se é uma aventura. Uma ótima aventura.
- A mulher que não sabe ficar só deve ser considerado como um problema?Estela: o que faz uma situação tornar-se um problema ou não, é o "tom" que você dá a questão. Explicando melhor: se a mulher fez da vida do marido ou companheiro a sua vida e esqueceu-se de si, dos seus anseios, dos seus sonhos e de suas realizações pessoais, aí torna-se um problema. Porque ao perder o outro, perde o significado de sua vida. Vem o vazio e a necessidade de ter sempre alguém ao seu lado, no anseio de preencher a lacuna deixada pelo relacionamento anterior.
- Qual a melhor forma de terapia para a mulher que não consegue ficar sozinha?Estela: com um trabalho de recuperação da autoestima e do autoconhecimento. A mulher nunca deve esquecer que ela também é um indivíduo na relação a dois, com anseios e prioridades. Ela pode e deve se doar para a relação, mas nunca se esquecer de si. Portanto, a melhor forma de tratar-se é se reconectando consigo mesma, o que é feito de forma maravilhosa através da psicanálise. Procurando sua satisfação, redescobrindo as coisas que lhe dão sentido na vida.
- Isso é mais comum entre as mulheres?Estela: dessa forma sim. Mas, a versão masculina dessa dependência, acontece quando o homem busca na sua companheira um ideal de mulher parecido com sua mãe. São aqueles sujeitos que esperam que sua companheira cuide deles como a sua mãe cuidaria. Ou seja, não estão em busca de uma mulher na relação, mas de uma mãe mais nova, cuidadora e provedora.
- Ainda existe a cultura de que “nada melhor que um novo amor para esquecer o antigo? ” Isso realmente funciona?Estela: existe sim e às vezes funciona. Tenho exemplos de situações como essa em meu consultório. Então esta é a formula correta, a formula mágica? Não, não é. Na teoria deveríamos elaborar emocionalmente a perda do par amoroso para não cometermos os mesmos erros ou fazer do próximo parceiro o "limão amargo" de nossas vidas. Ou ainda, para entrarmos mais inteiros e aptos para a relação seguinte. Mas, isso é apenas teoria, que serve “a priori”, apenas como um norte. Na vida amorosa, vale muito mais a intuição, a oportunidade de estar na hora e no lugar certo, o arriscar-se, do que a racionalização mental do que é certo e errado. Relacionar-se é uma aventura. Uma ótima aventura.
por Estela Noronha - Psicóloga
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