Quando o amor surge entre duas pessoas, é possível reconhecê-lo no mesmo instante. Na verdade, o amor não surge, ele retorna. Sempre esteve ali, presente no campo de ambas, apenas aguardando o tempo certo de se revelar.
O reencontro de almas é sublime e pode ser o ápice de uma vida encarnada, a experiência mais próxima do amor divino que a carne pode conceber.
A simples visão das mãos do outro é capaz de trazer à tona um sentimento represado por eras, à espera de expressão. Basta o mergulho no olhar da pessoa para saber que ali está o ser que lhe complementa, que lhe reconhece quanto essência.
O Universo para naquele momento. Congela-se o tempo, suprime-se o espaço. Naquele instante, só existe o hálito inebriante do amor. O êxtase do inevitável. Tudo mais se torna relativo, perde a importância, a urgência.
A inesgotável energia do campo formado pelos amantes é capaz de curar feridas, gerar mundos, fecundar ideias e salvar almas que sofrem no deserto sem amor.
O amor quando chega, oferta-se generosamente e estimula os amantes a fazerem o mesmo. A alegria suprema de um passa a ser o gozo e a realização do outro, sem qualquer traço de competição, inveja ou ciúme. Não satisfeitos, levam o amor a todos os cantos, multiplicando as bênçãos recebidas por pura gratidão.
Quanto mais os amantes convivem, maior a afinidade entre eles. Nunca se cansam um do outro. Todas as histórias compartilhadas se tornam interessantes. As confidências trocadas enlaçam seus corações.
As discussões, quando acontecem, servem de estímulo às suas mentes, que depois relaxam na paz do consenso.
Todos os sentidos se tornam extremamente aguçados. Um simples toque dos dedos ferve o sangue. Um sorriso aberto remete à mais pura felicidade.
Como a conexão é perene, nunca se teme a perda, pois o outro vive em si, mesmo à distância. O pensamento está sempre com o ser amado, mesmo quando se ocupa com outros afazeres.
A fusão de almas que verdadeiramente se amam produz uma entidade distinta, um terceiro ser, eterno, e muito maior do que a soma das partes. Essa entidade energética é que sustenta tudo quando acontece uma separação, seja qual for a razão. Ela nutre, acolhe e conecta os dois até que o momento do reencontro aconteça.
Um sentimento oceânico como esse causa um impacto profundo e transformador não só na pessoa, como no mundo. Cada ser que ama intensamente neutraliza todo o medo ao redor, pela simples ação da sua presença.
Viver um amor assim é uma experiência ansiada por todos, mesmo que inconscientemente, pois o amor é a nossa natureza. É o que verdadeiramente somos.
E você? Já viveu algo semelhante?
Acredita que algo assim seja possível?
por Mabel Cristina Dias
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