terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Movimento prega a desaceleração da rotina das crianças

A infância se transformou em uma corrida rumo à perfeição, e as crianças, em miniexecutivos com agenda cheia de atividades.

É o que argumentam os partidários do "slow parenting" (pais sem pressa), movimento que prega justamente o contrário: que as crianças tenham menos compromissos e mais tempo para fazer nada.

A ideia, que tomou corpo na Europa e EUA, ganha força aqui. Na semana passada, a primeira edição do "SlowKids", evento em prol da desaceleração da rotina das crianças, levou 1.500 pessoas ao parque da Água Branca, em São Paulo.

Na programação, atividades nada tecnológicas: oficina de jardinagem, brincadeiras antigas e piquenique. "As crianças precisam desligar os eletrônicos e interagir mais com os pais", diz Tatiana Weberman, uma das criadoras do projeto e diretora da agência Respire Cultura.

Segundo o jornalista britânico Carl Honoré, autor de "Sob Pressão" 
(Record, 368 págs., R$ 52), muitas crianças têm todos os momentos da vida agendados e monitorados.

"Elas têm dificuldades de serem independentes, ficam sob estresse e são menos criativas", disse Honoré
 à Folha.

Ele foi o primeiro a usar o termo
 "slow parenting". "Tudo começou quando a professora do meu filho disse que ele 'era um jovem artista talentoso'. Na hora, a visão de criar o novo Picasso passou pela minha cabeça", conta.

No mesmo dia, ele começou a procurar cursos de arte para o filho, que na época tinha sete anos, até que o menino disse: "Pai, não quero ter um professor, só quero desenhar. Por que os adultos querem sempre cuidar de tudo?".

O puxão de orelha fez com que ele voltasse atrás e começasse a pesquisar o superagendamento da infância. Segundo ele, tudo começa com a boa intenção dos pais. Mas a vontade de ser o pai perfeito transforma a educação em um jogo de tudo ou nada.

VIDA DE EXECUTIVO

Para a psicanalista Belinda Mandelbaum, professora do Instituto de Psicologia da USP, a educação de resultados antecipa o ensino de ferramentas para competir no mundo corporativo. "Vejo crianças aprendendo mandarim porque os pais acham ser importante para o futuro."

Quando o empresário Marcelo Cesana, 38, diz não ter pressa de que o filho Caio, 1, aprenda a falar, a ler e a escrever, questionam se ele não vai ter dificuldade para trabalhar. "Me acham bicho do mato, mas não quero antecipar as coisas", diz ele, que levou a família ao "SlowKids".

A gerente de supermercado Vanessa Sheila Dias, 36, também foi ao evento com a filha Anne, 8. O domingo no parque faz parte da ideia de reservar um dia para fazer nada. "A rotina da semana é maluca, passo a ansiedade para a Anne", diz ela, que já se pegou pedindo que a filha comesse um lanche de fast food mais rápido.

Anne não faz atividades extraescolares. Já os filhos da psicóloga Patrícia Paione Grinfeld, 41, fazem natação, mas só aos sábados.

"Outros pais me perguntam: 'Eles não fazem nada durante a semana?' Como se fosse algo errado!", conta Patrícia. "Quero que crianças venham brincar com meus filhos, mas todas são ocupadas, tem que marcar antes."

Folha de São Paulo
Equilíbrio e Saúde
por JULIANA VINES

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Cientistas descobrem Oceano perto do Núcleo da Terra


Água fica armazenada em um mineral; novidade tem chances de transformar a atual compreensão de como foi formado o planeta

"Pode ajudar a explicar a grande quantidade de água em estado líquido na superfície do nosso planeta"
Steve Jacobsen, geofísico


Pesquisadores descobriram, após décadas de estudos, que um vasto reservatório de água — suficiente para encher os oceanos da Terra três vezes — pode estar escondido quilômetros abaixo da superfície. A novidade, publicada na Science, tem chances de transformar a atual compreensão de como foi formado o planeta.

Em março deste ano, cientistas já haviam divulgado evidências deste enorme reservatório.

A água estaria "trancada" em um mineral chamado ringwoodite, cerca de 660 quilômetros abaixo da crosta terrestre. Os pesquisadores se basearam no estudo de uma região que se estende no subsolo dos Estados Unidos. O mineral em que está a água costuma agir como uma esponja, em razão de sua estrutura cristalina.

Se apenas 1% da rocha for água, já seria o equivalente a quase três vezes a quantidade de água nos oceanos. A pesquisa, informou o Guardian, utilizou dados do USArray, uma rede de sismógrafos americana, que mede as vibrações de terremotos.

Segundo o geofísico responsável pela iniciativa, Steve Jacobsen, da Universidade Northwestern, a descoberta sugere que a água da Terra pode ter vindo de seu interior, impulsionada para a superfície pela atividade geológica — em vez de ter sido trazida por cometas congelados.

"Acho que estamos finalmente vendo evidências de um ciclo de água na Terra, o que pode ajudar a explicar a grande quantidade de água em estado líquido na superfície do nosso planeta", diz Jacobsen.

Em entrevista à New Scientist, o pesquisador afirmou que a água escondida também poderia estar agindo como um amortecedor para os oceanos na superfície. "Se [a água armazenada] não estivesse lá, estaria sobre a superfície da Terra, e o topo das montanhas seriam o único solo para fora."

Fonte: Galilieu

domingo, 29 de janeiro de 2017

Relatório da ONU alerta para possível crise mundial de água

De acordo com o relatório da ONU, o Brasil está entre os países que mais registraram estresse ambiental devido a mudanças realizadas nos fluxos naturais dos rios e que causaram maior degradação dos ecossistemas, com aumento do número de espécies invasoras, além do risco de assoreamento(Jonne Roriz/VEJA)

Um relatório da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) divulgado nesta sexta-feira estima que as reservas hídricas do mundo podem encolher 40% até 2030. Segundo o documento, há no mundo água suficiente para suprir as necessidades de crescimento do consumo, desde que haja uma mudança dramática no uso, gerenciamento e compartilhamento do recurso.

De acordo com a organização, nas últimas décadas o consumo de água cresceu duas vezes mais do que a população e a estimativa é que a demanda aumente 55% até 2050. Os desafios são muitos: o crescimento da população está estimado em 80 milhões de pessoas por ano, podendo chegar a 9,1 bilhões em 2050.

Os dados estão no relatório Mundial das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento de Recursos Hídricos 2015 - Água para um Mundo Sustentável. Segundo o documento, a crise global de água é de governança, muito mais do que de disponibilidade de recurso, e um padrão de consumo mundial sustentável ainda está distante.

A ONU estima que atualmente 20% dos aquíferos - grandes reservatórios que concentram água no subterrâneo e abastecem nascentes e rios - estejam explorados acima de sua capacidade. Eles são responsáveis por fornecer água potável à metade da população mundial e é de onde provêm 43% da água usada na irrigação.

Aprenda como reutilizar a água

Possíveis medidas - De acordo com Angela Ortigara, oficial de Ciências Naturais da Unesco na Itália, a intenção do documento é alertar os governos para que incentivem o consumo sustentável e evitem uma grave crise de abastecimento no futuro. "É importante melhorar a transparência nas decisões e também tomar medidas de maneira integrada com os diferentes setores que utilizam a água. A população deve sentir que faz parte da solução", diz.

"Grande parte dos problemas que os países enfrentam passa também por padrões de consumo, que só a longo prazo conseguiremos mudar, e a educação é a ferramenta para isso", diz Ary Mergulhão, coordenador de Ciências Naturais da Unesco no Brasil.

O relatório atribui o possível cenário de falta de água a vários fatores como a intensa urbanização, as práticas agrícolas inadequadas e a poluição. De maneira geral, para combatê-lo a Unesco recomenda mudanças na administração pública, no investimento em infraestrutura e em educação.

O documento foi escrito pelo Programa Mundial de Avaliação da Água (WWAP, na sigla em inglês) e produzido em colaboração com as 31 agências do sistema das Nações Unidas e 37 parceiros internacionais da ONU-Água. A intenção é que a questão hídrica seja um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que vêm sendo discutidos desde 2013, seguindo orientação da Conferência Rio+20 e que deverão nortear as atividades de cooperação internacional nos próximos 15 anos.

Brasil - Segundo o documento, o Brasil está entre os países que mais registraram stress ambiental. As mudanças nos fluxos naturais dos rios, realizadas entre 1981 e 2014, para a construção de represas ou usinas hidrelétricas causaram maior degradação dos ecossistemas, com aumento do número de espécies invasoras, além do risco de assoreamento.

Apesar do país já enfrentar problemas de abastecimento no Nordeste, a preocupação com a falta de água ganhou destaque com a crise hídrica no Sudeste. A ausência de chuvas no ano passado baixou o nível de reservatórios importantes de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, que tiveram que implantar políticas restritivas de acesso à água.

Mergulhão diz que o Brasil tem uma grande reserva de água, mas é preciso investir em um diagnóstico para saber como estão as políticas de consumo, atenção à população e planejamento.

(Com Agência Brasil)
Veja.Abril

sábado, 28 de janeiro de 2017

Vampiros de Energia: 10 dicas Para se Livrar Deles


Todos nós os conhecemos! Sabemos como são! Como se vestem! E como agem! E seus propósitos: sugar o sangue de suas vítimas, pois só assim eles sobrevivem. De quem estamos falando? É claro que dos "Vampiros dos filmes", o Conde Drácula e seus amigos, seres errantes de capa preta e grandes dentes, ávidos por sangue (ou energia vital), e que andam pelas sombras em busca de suas vítimas que, na maioria das vezes, não percebem sua presença ou atuação maléfica, mesmo que estejam muito próximos. Aí, o filme termina e os vampiros desaparecem, certo? Errado!

Existe um tipo de vampiro que é de carne e osso, e que convivemos diariamente. Estamos falando dos "Vampiros de Energia”, pessoas de nosso relacionamento diário. Pode ser nosso irmão (a), marido/esposa, empregado, familiar, amigo de trabalho. vizinhos, gerente do banco, ou seja qualquer pessoa de nosso convívio, que esta roubando nossas energias, para se abastecer. Eles roubam energia vital, comum no universo, mas que eles não conseguem receber.

Mas, por que estas pessoas sugam nossa energia, afinal? Bem, em primeiro lugar a maioria dos Vampiros de Energia atuam inconscientemente, sugando a energia de suas vítimas, sem saber o que estão fazendo.

O vampirismo ocorre porque as pessoas não conseguem absorver as energias das fontes naturais (cósmicas, telúricas, etc), tão abundantes, e ficam desequilibradas energeticamente. Quando as pessoas bloqueiam o recebimento destas energias naturais (ou vitais), elas precisam encontrar outras fontes de energia mais próxima, que nada mais são do que as outras pessoas, ou seja, você.

Na verdade, quase todos nós, num momento ou outro de nossas vidas, quando nos encontramos em um estado de desequilíbrio, acabamos nos tornando vampiros de energia alheia.

Tipos de vampiros:

Mas, como identificar estas pessoas, ou estes vampiros? Em estudos feitos, foram identificados os seguintes tipos de vampiros (você provavelmente conhece mais de um):

• Vampiro Cobrador
• Vampiro Crítico
• Vampiro Adulador
• Vampiro Reclamador
• Vampiro Inquiridor
• Vampiro Lamentoso
• Vampiro Pegajoso
• Vampiro Grilo-Falante
• Vampiro Hipocondríaco
• Vampiro Encrenqueiro

Quais as principais características deles? Como combatê-los?

a) Vampiro Cobrador: Cobra sempre, de tudo e todos. Quando nos encontramos com ele, já vem cobrando o porque não lhe telefonamos ou visitamos. Se você vestir a carapuça e se sentir culpado, estará abrindo as portas. O melhor a fazer é usar de sua própria arma, ou seja, cobrar de volta e perguntar porque ele não liga ou aparece. Deixe-o confuso, não o deixe retrucar e se retire rapidamente.

b) Vampiro Crítico: é aquele que critica a tudo e a todos, e o pior que é só critica negativa e destrutiva. Vê a vida somente pelo lado sombrio. A maledicência tende a criar na vítima um estado de alma escuro e pesado e abrirá seu sistema para que a energia seja sugada. Diga "não" às suas críticas. Nunca concorde com ele. A vida não é tão negra assim. Não entre nesta vibração. O melhor é cair fora e cortar até todo o tipo de contato.

c) Vampiro Adulador: é o famoso "puxa-saco". Adula o ego da vítima, cobrindo-a de lisonjas e elogios falsos, tentando seduzir pela adulação. Muito cuidado para não dar ouvidos ao adulador, pois ele simplesmente espera que o orgulho da vítima abra as portas da aura para sugar a energia.

d) Vampiro Reclamador: é aquele tipo que reclama de tudo, de todos, da vida do governo, do tempo, etc. Opõe-se a tudo, exige, reivindica, protesta sem parar. E o mais engraçado é que nem sempre dispõe de argumentos sólidos e válidos para justificar seus protestos. Melhor tática é deixá-lo falando sozinho.

e) Vampiro Inquiridor: sua língua é uma metralhadora. Dispara perguntas sobre tudo, e não dá tempo para que a vítima responda, pois já dispara mais uma rajada de perguntas. Na verdade, ele não quer respostas e, sim, apenas desestabilizar o equilíbrio mental da vítima, perturbando seu fluxo normal de pensamentos. Para sair de suas garras, não ocupe sua mente à procura de respostas. Para cortar seu ataque, reaja fazendo-lhe uma pergunta bem pessoal e contundente, e procure se afastar assim que possível.

f) Vampiro Lamentoso: são os lamentadores profissionais, que anos a fio choram sua desgraças. Para sugar a energia da vítima, ataca pelo lado emocional e afetivo. Chora, lamenta-se e faz de tudo para despertar pena. È sempre o coitado, a vítima. Só há um jeito de tratar com este tipo de vampiro, é cortando suas asas. Corte suas lamentações dizendo que não gosta de queixas, ainda mais que não elas não resolvem situação alguma.

g) Vampiro Pegajoso: investe contra as portas da sensualidade e sexualidade da vítima. Aproxima-se como se quisesse lambê-la com os olhos, com as mãos, com a língua. Parece um polvo querendo envolver a pessoa com seus tentáculos. Se você não escapar rápido, ele irá sugar sua energia em qualquer uma das possibilidades. Seja conseguindo seduzi-lo com seu jogo pegajoso, seja provocando náuseas e repulsa. Em ambos os casos você estará desestabilizado, e, portanto, vulnerável. Saia o mais rápido possível. Invente uma desculpa e fuja rapidamente.

h) Vampiro Grilo-Falante: a porta de entrada que ele quer arrombar é o seu ouvido. Fala, absoluto, durante horas, enquanto mantém a atenção da vítima ocupada, suga sua energia vital. Para livrar-se, invente uma desculpa, levante-se e vá embora.

i) Vampiro Hipocondríaco: cada dia aparece com uma doença nova. Adora colecionar bula de remédios. Desse jeito chama a atenção dos outros, despertando preocupação e cuidados. Enquanto descreve os pormenores de seus males e conta seus infindáveis sofrimentos, rouba a energia do ouvinte, que depois sente-se péssimo.

j) Vampiro Encrenqueiro: para ele, o mundo é um campo de batalha onde as coisas só são resolvidas na base do tapa. Quer que a vítima compre a sua briga, provocando nela um estado raivoso, irado e agressivo. Esse é um dos métodos mais eficientes para desestabilizar a vítima e roubar-lhe a energia. Não dê campo para agressividade, procure manter a calma e corte laços com este vampiro.

Bem, agora que você já conhece como agem os Vampiros de Energia, vá a caça deles, ou melhor, saia fora deles o mais rápido possível. Mas, não esqueça de verificar se você, sem querer, é obvio, não é um destes tipos de Vampiro.

Por Vera Caballero - orientadora metafísica e professora de bioenergias e proteção psíquica.

Fonte: Bemzen.uol

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Caixa de Pandora



Não sei se é conto, verdade ou ficção
Uma caixa abrindo, nossa dimensão
Um poder avassalador que esta
Dentro de nós...Caixa de Pandora

Uma história cercada de maldição
Formada, vivida e escrita em toda dimensão
Por deuses do olimpo, está escrito
Caixa de Pandora


Pandora foi criada por
Zeus, Eros, Afrodite e outros mais
Pra castigar o desafio de Prometeu
Deus da estirpe dos titãs

Mesmo sendo a mulher
Mais bela do mundo
Pandora não teve Prometeu
Mais acabou encantando o irmão dele
Pandora abriu aquela caixa

Trazendo ao mundo a fúria suprema
E todos os males foram soltos
Restando na caixa apenas a esperança
Pandora selou nosso destino

Epimeteu em um arrependimento tardio
Tentou concertar aquele erro
Mais era tarde demais
Nosso mundo ficou tomado
Por tudo que há de errado
Destinos selados, dentro desta caixa
Caixa de Pandora

Agora no século XXI
Existem coisas que parecem comuns
Drogas, guerras, doenças e traição
As matas destruídas
Estamos sem pulmão

Todos nós estamos perdidos
Neste mundo guiado pelos lucros
Violência e morte sem razão
Perdemos o controle da situação
Estamos a mercê, de homens de guerra
Que nos impõem a destruição

Não dá mais pra esconder
Chegamos pra contar a nossa história


por Silvio Kazza / Heitor Mazzotti

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Como Lidar com Falsos Amigos




Você quer mesmo saber se já teve "falsos amigos"? 

Eles são pessoas que parecem ser um amigo, mas que estranhamento agem como se fossem inimigos, mais do que de um forma ocasional e de um modo que parecem estar muito determinados a perturbá-lo. Identificá-los e lidar com eles é essencial para preservar sua sanidade e saber o momento de abandonar um amigo que está exagerando nesse tipo de comportamento.


1-Identifique o falso amigo em sua vida. 

Antes de lidar com um falso amigo, você precisa saber se tem amizade com um. Alguns indicadores incluem:

Eles nunca são capazes de apreciar sua boa sorte. Caso algo bom aconteça com você, eles expressarão um sorriso de escárnio em seus lábios e dirão algo depreciativo, destrutivo e provocativo.
Eles são mestres na arte de fazer elogios sarcásticos, aqueles que soam como algo positivo na superfície, mas que na verdade podem ser compreendidos de outra forma e não significar nada mais que bajulação (por exemplo, eles podem dizer algo como: “Eu gosto quando você lava seus cabelos, pois assim eles ficam bonitos”, porque isso sugere que você fica feio quando não os lava). Eles usarão essa “arte” muitas vezes contra você.
Eles irão fofocar sobre você. Quando isso chegar até você e questioná-lo, ele vai negar qualquer conhecimento sobre o assunto, ou mentirá descaradamente afirmando que alguém deve ter interpretado equivocadamente aquilo que ele quis dizer.
Eles vão sempre falar mal de você e tentar estragar suas outras amizades.


2-Dê atenção aos seus instintos. 

Como você se sente na presença dessa pessoa? Você se estimulado, ou ele sempre age no sentido de tirar sua motivação e colocá-lo para baixo e desamparado? Caso ache que sempre se sente miserável e desmotivado quando ele está por perto, mais do que otimista e controlado, isso indica que você está com uma pessoa que transborda miséria e vê alguém em más condições como um alvo para controlar e manipular. 
Além disso, se depois de passar um tempo com ele, você se sentir mal e exaurido, então é porque não está com um bom amigo – bons amigos fazem você se sentir bem consigo mesmo. 

Tome nota com qualquer coisa parecida com a lista abaixo e fique atento:

Toda vez que você tentar melhorar em sua vida, seja perdendo peso, estudando duro, sendo promovido, etc., ele faz o máximo para sabotar seus esforços. 
Mais que isso, eles vão encorajá-lo a fazer coisas que prejudicarão o seu progresso, como falar mal do seu chefe, ou comer doces durante a semana. 
Falsos amigos tendem a despertar o pior em uma pessoa porque o relacionamento não é uma boa coisa.
Eles nunca agem em função dos melhores interesses de seus amigos e você sabe disso. De fato, você sente que toda vez que quer falar sobre algo com ele que realmente necessitaria de uma argumentação, eles viram os olhos, fazem comentários maldoso, ou simplesmente são negativos sobre tudo aquilo que você quer fazer.
Você pediu ajuda à pessoa algumas semanas atrás, mas quando chega a hora, ela lhe da uma desculpa esfarrapada para não cumprir com a promessa. E isso acontece frequentemente.


3-Faça algumas mudanças. 

Caso não esteja certo se essa pessoa é um falso amigo, converse a respeito de suas preocupações com um amigo de confiança e não fique andando infeliz por aí. Essa pessoa pode lançar uma nova perspectiva sobre a situação, um ponto de vista que ajudará a determinar o valor do seu relacionamento com o falso amigo. Mas é claro, que deve estar certo de conversar com alguém em quem confie e que não contará sobre isso ao falso amigo. Um falso amigo que suspeite que você está conversando sobre ele com outras pessoas (e alertando-as) pode ser muito desagradável de se ter por perto.


4-Tenha uma conversa franca com o seu falso amigo. 

Ao invés de se esquivar e carregar esse fardo sobre seus ombros expresse suas preocupações abertamente para essa pessoa. Evite agir como uma pessoa vulnerável, ou angustiada; simplesmente se atenha aos fatos e expresse se sente a respeito de certas coisas que têm acontecido. Por exemplo:

“Eu me senti muito mal quando você sugeriu, na frente de todos na aula de dança, que minha roupa estava muito apertada para mim. Você realmente quis ser tão indelicado?”

“Eu considero que você seja um amigo. Contudo, fiquei muito chateado ontem, quando disse que sou muito avoado e me distraio facilmente para ser um bom redator de discursos em nosso grupo de conversação. Eu sei que você acha que disse isso de uma forma divertida e como uma brincadeira, mas, como eu sou pouco indeciso às vezes, isso me pareceu um jeito bizarro de fazer uma piada e senti que isso me prejudicou.”

“Eu me senti muito desapontado quando você disse coisas que parecer significar um coisa, mas na verdade tem outro sentido, como quando me contou que os jeans que eu comprei eram excelentes... Pelo preço que eu paguei, como se vocês estivesse insinuando que eu comprei calças baratas que não tinham um visual tão bom. Porque é tão difícil para você ser amigável e franco comigo, ao invés de tirar sarro todo o tempo?”


5-Espere seu falso amigo ser surpreendido, ou pego em negação. 

Ser franco sobre os seus sentimentos vai basicamente intimar seu falso amigo e forçá-lo arrumar subterfúgios, ou cair em negação. Ele vai continuar de qualquer maneira, mesmo se negar pode não parar com esse comportamento e continuar fazendo o que tem feito você ficar magoado. Ou, ele pode ficar bravo com você e se recusar a discutir o assunto, nesse caso você tem uma indicação muito clara que é provavelmente o momento de se afastar disso que chagou a chamar de amizade.

Lembre-se, se ele ficar muito nervoso, que a essa altura vocês estará mais se importando tanto com ele. Ao menos a verdade foi revelada, o que lhe permite focar mais em outros relacionamentos em sua vida.


6-Seja realista sobre as chances de manter sua amizade com seu falso amigo. 

Enquanto é importante ser compreensivo e perceber que seu falso amigo adotou um padrão problemático de interação com os outros e se vê como mais inteligente, gracioso e superior, é igualmente importante cuidar de si mesmo. 
Caso o falso amigo possa apenas interagir dessa forma, você nunca se sentirá seguro, apoiado, ou feliz ao lado dele.


7-Faça uma auto-avaliação.

 É possível que você tenha alguns traços de um falso amigo? Sair com pessoas que usam do humor e de palavras para denegrir os outros pode transferir essas características para você, especialmente se isso é uma tentativa de fazer parte de um grupo popular, ou ser melhor que os outros. Seja honesto em sua auto-avaliação e assuma para si mesmo se estiver adotando comportamentos e atitudes de um falso amigo com seus amigos. E se dedique a parar com isso.


8-Afaste-se. 

Uma vez que tenha descoberto que está lidando com um falso amigo e esteja procurando as razões, mas não exista possibilidade de mudar seu comportamento e atitude, então se afaste dessa amizade problemática. 
Lembre-se que isso não é uma amizade que você está terminando, mas uma interação tóxica e que os dois estarão em melhor situação ao se afastarem e seguirem seus próprios caminhos. 
Acima de tudo, mantenha-se educado e agradável com ele, mas de um modo distante. Não há necessidade de jogar sal na ferida.

Fonte: WikiHow





quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Você é Viciado em Internet?


Faça o teste baseado em um questionário elaborado pela psicóloga norte-americana Kimberly Young e descubra se você está viciado em internet. 
As questões contam com a consultoria da psicóloga Ana Luiza Mano, do Núcleo de Pesquisa da Psicologia em Informática (NPPI) da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP).

Conforme as teorias de Luciana, as aparências se tornaram mais importantes do que a realidade. Uma foto no Instagram não é garantia de que a pessoa é feliz, mas seu pretenso sucesso já ajudam a formar uma imagem virtual e socialmente desejada, digna de inveja e admiração.

Para os especialistas, tanto narcisismo é um reflexo de nossos tempos. "É preciso compreender, no entanto, que o narcisismo não é simplesmente sinônimo de vaidade ou egoísmo, ele é o desespero para corresponder ao desejo e à curiosidade do outro e, assim, se ver reconhecido", afirma Pedro Luiz. "Trata-se exatamente de se sentir amado ou simplesmente existente aos olhos de alguém. É preciso ler esses fenômenos sem um viés moralista ou patológico que os encare como um erro ou doença. Somos todos narcisistas e, hoje, os espelhos são as redes sociais", completa.

Causa e efeito

Para Bia Branja, do You Pix, vivemos o "boom" da exposição nas redes. Mesmo que venha por aí uma modinha de postagens mais polêmicas que a do aborto filmado ou do "after sex", o exibicionismo deve diminuir. "A tendência é que comecemos a fazer um movimento de retomada da intimidade, compartilhando as coisas com grupos menores de pessoas, através de aplicativos como WhatsApp [programa de mensagens instantâneas para celular]", diz.

Enquanto isso não acontece, é importante pensar antes de postar. E a medida do excesso ou não é estritamente individual. Ninguém é obrigado a permanecer conectado a uma rede que lhe pareça agressiva a seus valores. "O limite da exposição é sempre muito pessoal, não existe um padrão. As pessoas mais jovens, principalmente adolescentes, têm uma relação diferente com privacidade... Eles não ligam muito para isso", diz Bia.


Ao se exporem em redes sociais, as pessoas dificilmente têm noção do alcance disso, assim como da perda de controle sobre o conteúdo postado. "Algumas postagens até geram uma fama instantânea, como as de blogueiras adolescentes que difundem dicas de estética ou alimentação. Mas a exposição retirada de contexto pode ter resultados terríveis", afirma Pedro Luiz.

De acordo com Vânia Penafieri de Farias, coordenadora do curso de pós-graduação em Comunicação Corporativa e Redes Sociais do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, por mais que a exposição nas redes seja cuidadosa, muitas coisas podem sair do controle.

"Por exemplo: você pode ter uma preocupação grande, por questões profissionais, em não postar fotos que mostrem o consumo de bebida alcoólica, mas é provável que amigos o marquem em alguma foto que você não gostaria de se expor. A linha que separa exposição e excesso de exposição é bastante tênue e delicada", explica.

Ainda segundo Vânia, ninguém deve desprezar a realidade de que cada vez mais as empresas analisam candidatos por meio das redes sociais. "Não é uma foto na balada segurando um copo de cerveja que trará uma associação ruim a você, mas talvez muitas fotos desse tipo, imagens que trazem exposição excessiva do corpo e comentários negativos como as famosas indiretas, produzem uma conotação muito negativa para quem postou", afirma.

"Se você se incomoda com os posts de alguém, pode desativar as notificações da pessoa, deixar de segui-la, desfazer a amizade ou bloqueá-la. É muito comum ver gente reclamando do que outros postam, mas, se parar para pensar, perceberá que tem a linha do tempo que merece. Você é o curador do conteúdo que é exibido no seu perfil, e só você pode mudar isso se não estiver gostando", declara o consultor de mídias sociais Felipe Agne, de São Paulo (SP).

Para ele, se expor nas redes hoje é inevitável e o limite é o bom senso de cada um. "Mas se o bom senso fosse algo abundante, não precisaríamos de termos de uso nem de leis. Os limites realmente dependem da intenção e do perfil de cada um. Os níveis de exposição de um executivo, de um ator, de uma escritora e de uma dançarina de funk são completamente diferentes. Não há certo e errado, há o adequado à necessidade e ao objetivo de cada pessoa", afirma.

por Heloísa Noronha
Uol Mulher Comportamento

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Quando a Xícara Fica Cheia




Ao encher uma xícara totalmente, uma mínima gota é suficiente para fazê-la transbordar. Um leve esbarrão é suficiente para derramar o seu conteúdo. Pode-se dizer que a xícara torna-se intolerante à instabilidade. O mesmo acontece com o ser humano quando o seu ego está cheio: torna-se intolerante às pequenas oscilações da vida. 

Aquilo que chamamos de EU e MEU denota o ego. Pode-se dizer que o ego é o Senhor da mente. Assim, a mente é subordinada ao ego, com a função de satisfazer as suas necessidades, protegê-lo e fazê-lo lucrar. Sendo serva do ego, a mente persegue aquilo que o satisfaz e defende-o das ameaças. Para tanto, ela tem mecanismos inconscientes de autopreservação, como o desencadeamento das emoções do medo e da raiva, por exemplo. 

A mente sabe discriminar muito bem, identificando o que é desejável e o que é uma ameaça ao ego, mas não tem o mecanismo da tolerância. Por si só, a tolerância não é interessante para o ego, portanto, a mente não tem essa função. Ela é totalmente condicional: age em função do interesse do ego, buscando um resultado satisfatório, sempre dando respostas aos estímulos internos e externos com uma justificativa egoica de forma reativa. As faculdades incondicionais como a compaixão não fazem parte de sua programação. 

Da mesma forma que a xícara cheia, onde qualquer turbulência faz com que transborde, quando o ego está inflado, a mente também transborda. Se o medo transborda, há algo que se está protegendo em demasia. Quando se sustenta um eu/meu e algo o leva a crer que isso está desprotegido, gera-se temor. Esse temor transforma-se em raiva quando as coisas não seguem conforme a expectativa; esta raiva vira ódio. Quando o medo e a raiva surgem sem motivo, a mente já está contaminada com uma crença cega e o seu mecanismo de proteção está ativado espontaneamente. As células do corpo já estão impregnadas com essa energia, os meridianos vitais já estão bloqueados. A xícara da mente já está cheia até a borda. 

É certo que esse mecanismo autoprotetor sabota a própria felicidade. Por que não esvaziar a xícara, escolhendo ser livre e não condicionado? Ao invés de sobreviver como se estivesse numa terra inimiga cheia de perigos, há a chance de se escolher a paz. Paz somente com liberdade, sem a prisão de um ego inflado que torna a pessoa rígida e ranzinza. Para que viver assim? Mais sábio é esvaziar a mente, descondicionar-se, agir pelo não-agir. O eu tem muitas necessidades e a função da mente é atendê-los. Portanto, há de se compreender a mente. A mente mostra as diretrizes, cabe à sua intenção a decisão de qual caminho seguir. 


por Marcos Moura
Fonte: STUM

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Violência e ideologia


Assistimos ao espetáculo da violência. A própria frase encerra seu significado mais dramático. Parte das pessoas encara a violência no papel de espectadores e a consomem pelo filtro dos meios de comunicação – seja a televisão, o rádio, as redes sociais. Sujeitos apassivados adornianamente pela indústria cultural, transformados em espectadores que expectoram catarticamente para o vídeo burro seus anseios e frustrações, para vê-los realizados pelo outro inexistente, tornando-os vazios.

A raiva, a violência, a fúria, mas também a paixão romântica, a aventura ou fantasia, projetam desde fora os elementos do ser social, projetado para fora de si mesmo para se reconhecer no outro. Tal mecanismo não é necessariamente de estranhamento, se pensarmos que assim nos constituímos como seres sociais, se reconhecendo no outro. O problema é a natureza e qualidade deste outro.

A mercantilização da arte e da comunicação reconstrói o objeto de projeção de forma a retirar dele toda a contraditoriedade viva. A massificação sob a forma mercadoria é necessariamente padronizadora, repetitiva, metódica e, em uma palavra, burocrática. Inseparável da reificação, como já dizia Marx quando afirmava que está é a maldição inevitável dos produtores quando assumem a forma de mercadorias. Uma relação entre seres humanos que assume a fantasmagórica forma de uma relação entre coisas.

Aquele que se relaciona com o vídeo ou a pequena tela onde vivem as “redes sociais” é já, antes de tal ato, uma coisa. Reificado pela vivência de relações reificadas, coisificado na compra e venda de sua força de trabalho, na relação com os demais mediados por coisas e pela lei do valor, pelo mercado. No entanto, aquele que se coisifica é ainda um ser humano coisificado e isso é um problema.

A força de trabalho pode ter sido convertida em mercadoria, as necessidades humanos em meios de realização do valor de troca, mas tais dimensões não podem existir fora dos seres que a possuem. Para desespero do capital, os seres humanos e seus problemas comezinhos, são o veiculo portador da principal mercadoria da forma capitalista, assim como aqueles que em seu consumo a realizam.

Um ser social e histórico que vive e respira, que precisa comer, vestir-se, habitar, que fica doente e que se apaixona, canta, olha seus filhos com esperanças descabidas, que sente a carne cortada por injustiças, por isso se revolta e por isso luta. Em suas veias não corre apenas a substância abstrata do valor, mas sangue que ferve e, às vezes, explode.

O capital não pode explorar o trabalho sem atingir o conjunto da humanidade e os seres que a compõe. Não pode evitar, portanto, que esta forma superior de exploração não produza seu contrario: a revolta. Por isso, toda forma de exploração é, inevitavelmente, uma forma de dominação.

A dominação não é um ato simples que resulta do mero uso da força, ainda que esta seja um meio indispensável. O velho Maquiavel já alertava há muito tempo que nenhuma ordem se mantém só pela espada e funda a política moderna afirmando que o domínio resulta da exata combinação da coerção e do consenso.

Se por uma lado a força coercitiva é explicita, as formas de violência não o são. É violenta a ação criminosa da Polícia Militar que assassina jovens nas periferias e favelas, mas é violento também o racismo que a enquadra, a opressão sobre migrantes e imigrantes, assim como é ainda mais violenta a manifestação de integração dos oprimidos e explorados como sujeitos de sua própria dominação quando se amoldam a ordem que os massacra.

No entanto, esta integração não é um ato de convencimento. Os explorados e oprimidos não aceitam a ordem porque foram convencidos de sua superioridade societária ou porque portam os melhores valores de nossa melhor sociedade. A ideologia não é um ato meramente cognitivo, não é um mero conjunto de ideias transmitidas e assimiladas por falta de crítica. Isso pensavam os críticos – críticos que Marx e Engels ironizavam impiedosamente em sua obra A ideologia alemã.

Se a ideologia é um mero conjunto de ideias que falsificam o mundo para favorecer a dominação, bastaria oferecer as ideias corretas. Daí resulta que não apenas os apóstolos do novíssimo testamento como Bauer e Stirner, mas boa parte da esquerda contemporânea se empenha em disputar com os meios de comunicação da burguesia com golpes risíveis de suas precárias iniciativas comunicacionais.

A ideologia é um fenômeno mais complexo. São as relações sociais dominantes expressas como ideias, as relações que fazem de uma classe a classe dominante, as ideias de sua dominação. Por esta aproximação não se trata de mudar uma fraseologia do mundo por outra, mas de mudar o mundo, um ato prático, uma revolução. E uma revolução é um ato violento de negação, uma ruptura.

Voltemos, então, à frase inicial: assistimos ao espetáculo da violência. Inseridos nas relações que constituem a ordem do capital que degrada o ser humano a mera coisa, o trabalho em meio de vida, e a vida em meio pelo qual o valor se valoriza, os seres humanos subsumidos à ordem reificada vivem contradições que geram raiva e indignação porque se confrontam com seu ser e o aviltam.

Diante disso poderiam viver esta contradição, rebelar-se. Mas isso é muito perigoso. Aqui entra em cena o mecanismo da catarse. Oferece-se a estes seres angustiados uma caixinha de alternativas mágicas através das quais ele pode perder-se numa ilha deserta, viajar aos confins do espaço (onde nenhum homem já foi), amar perdidamente, mas, também, sofrer, morrer em explosões, matar, trair, derrubar regimes, salvar seu pais em atos heroicos. Em poucas palavras, como no velho teatro grego de onde deriva o termo, realizar no outro e pelo outro aquilo que em seu ser latejava como necessidade, e o que é fundamental, abdicando de fazê-lo. Eis a catarse.

É por isso que, enquanto Gramsci via positivamente a catarse como passagem do momento econômico corporativo ao ético-politico, Brecht declara guerra à catarse em seu teatro. Ambos vêem facetas diversas do fenômeno. O sardo foca a necessidade de superar o egoísmo que isola os membros da classe trabalhadora pela necessária identidade de classe que liga cada um de nós na meta política da transformação revolucionária; enquanto o alemão chama atenção para o mecanismo pelo qual através da arte (e diríamos nós pela comunicação de massas) rouba a revolta de cada um impedindo a ação que resultaria nesta identidade de classe esperada.

Nesta segunda acepção, a catarse é um ato violento de expropriação da revolta, da angustia, da raiva que produz o apassivamento. Para que isso seja possível a pessoa precisa se tornar espectador e a violência espetáculo.

E não se iludam: isso acontece até mesmo em nossos espelhos tão queridos. Nas “redes sociais” em que filtramos os amigos para que nossas ideias pareçam ter eco em muitos outros que pensam o mesmo. Aí vai mais um post para que você se indigne, ou se emocione, ou ria, ou se revolte. E se gostou, curta e compartilhe nesta incrível relação entre seres humanos que se apresenta na forma fantasmagórica de uma relação entre smartphones.

Há um certo tempo ouvi uma propagando no rádio (uma espécie de rede social precária que os antigos frequentavam) na qual se anunciava um site que tinha o significativo título de “faça alguma coisa.com”. O locutor dizia: “se você está indignado, acredita que nem tudo está como devia, clique em nosso site –http://www.facaalgumacoisa.com –, e você já estará fazendo alguma coisa”.

Infelizmente, para a ordem, nem todos estão assistindo o espetáculo da violência. Alguns de nós estão vivendo a violência. São Mães que perderam seus filhos para a Polícia Militar assassina, são trabalhadores que adoecem sugados pela sanha do capital em extrair mais valia, são jovens jogados no chão sentindo a bota do carrasco sobre suas cabeças, são professores tomando porrada da policia, são famílias vendo suas casas derrubadas para dar lugar a horripilantes prédios de aço e vidro ou vias por onde correm carros sem alma.

As vezes, quando moradores da favela estão sendo atacados, estudantes de uma universidade pública – a UERJ – levantam os olhos de seus celulares e atravessam a rua e compartilham a raiva, a sagrada raiva da revolta. O imbecil do reitor (ou feitor?) afirmou depois de chamar a policia e jogar jatos d’água na moçada que “com a barbárie não há dialogo”. Sou obrigado a concordar com ele, apenas o espantaria o fato que o personagem que lhe cabe nesta trama é o da barbárie.

Comentando a nona tese de Walter Benjamin, na qual o autor se refere ao quadro Ângelus Novus de Paul Klee, Žižek afirma que:

“E se a violência divina fosse a intervenção selvagem desse anjo? Ao ver o amontoado de escombros que cresce em direção ao céu, esses destroços da injustiça, o anjo contra-ataca de vez em quando para restabelecer o equilíbrio, vingando-se do impacto devastador do “progresso”. Não poderia a história da humanidade ser vista como uma normalização crescente da injustiça, trazendo consigo o sofrimento de milhões se seres humanos sem nome e sem rosto? Em que lugar na esfera do “divino”, talvez estas injustiças não tenham sido esquecidas. Acumulam-se, os erros são registrados, a tensão aumenta e torna-se insuportável, até o momento em que a violência divina explode numa cólera de retaliação devastadora.” (Violência, São Paulo: Boitempo, 142)

O discurso ideológico sobre a violência, sua espetacularização, que é outra forma de referir-se à sua mercantilização, cumpre, então, uma função além de sua distorção ou negação. A violência é simultaneamente louvada e negada, mas a função última é negar a possibilidade da violência revolucionária pela vivência catártica da violência vazia de substância. Oferecer uma violência ao consumo passivo, para que não seja possível o ato prático de negação violenta da ordem.

Agora, nesta cidade, homens e mulheres estão caminhando para o matadouro do trabalho subsumido ao capital, casas estão sendo derrubadas, um jovem negro está caído pedido por sua vida quando a bala procura sua cabeça, um corpo ensanguentado pela tortura foi jogado numa cela, um coração se partiu de tristeza, uma palavra sufocou de silêncio seu portador…

Nada de triste existe que não se esqueça 
alguém insiste e fala ao coração 
tudo de triste existe e não se esquece 
alguém insiste e fere no coração 
nada de novo existe nesse planeta…

As pessoas estão capturadas pela tela azulada na qual se vive a vida de que elas abriram mão. Pelas ruas, em qualquer canto, nucas tortas carregam os que já foram pessoas e pequenos dispositivos sugam os olhos por onde se esvai a alma até onde se escondem impulsos e fluxos que substituem a relação entre os seres humanos… Quem sabe se levantarmos os olhos?   

em volta dessa mesa velhos e moços
lembrando o que já foi 
em volta dessa mesa existem outras falando tão igual 
em volta dessas mesas existe a rua 
vivendo seu normal 
em volta dessa rua uma cidade sonhando seus metais 
em volta da cidade…*

Um anjo abre suas enormes asas negras sobre o caos, mas ninguém o vê. Anjos não tiram selfies.

* Esse eu não vou dizer de quem é! Quem não souber que musica é esta… procure no Google, ou pergunte para um amigo… se ainda tiver algum de verdade.

por Gilson Sampaio