terça-feira, 4 de abril de 2017

Armadilha 3: Dissonância Cognitiva - Série Armadilhas da Mente

  A dissonância cognitiva explica o desconforto que sentimos quando temos duas ideias contraditórias ou incompatíveis, ou quando nossas crenças não estão em harmonia com aquilo que praticamos.

          A teoria da dissonância cognitiva ilustra a maneira como lidamos com as nossas incoerências. O psicólogo Leon Festinger observou que temos um impulso de buscar a harmonia em todas as nossas atitudes e crenças, pois, caso contrário, nos sentimos psicologicamente desconfortáveis.
          A tendência inicial é buscarmos explicações, justificativas e racionalizações para nosso comportamento incoerente. Por ser um sentimento desagradável, a dissonância nos motiva a substituir a crença, a atitude ou o comportamento dissonante.
         Quando nos deparamos com percepções, informações ou ideias em conflito, tentamos reduzir a ansiedade produzida através de algumas dessas posturas:
  • Substituindo uma ou mais crenças, atitudes ou comportamentos que estejam envolvidos na dissonância;
  • Adquirindo novas informações ou crenças que irão aumentar a consonância;
  • Ignorando ou desmerecendo aquilo que mantêm a situação de dissonância.
         Um exemplo é o fumante que sabe de todos os prejuízos que o fumo acarreta e continua a fumar ou alguém que defende radicalmente os direitos dos animais, mas que não deixa de comer carne.
         Por que as pessoas continuam fazendo coisas que não se ajustam ao que elas já sabem, ou mantendo opiniões incoerentes entre si? Isso ilustra bem o processo de autocorrupção que mantém o ego protegido de um possível autoenfrentamento, ante os desconfortos que a incoerência lhe acarreta, na tentativa de  preservar a autoimagem ou pela dificuldade em ‘abrir mão’ dos ganhos secundários que a postura incoerente proporciona.

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