O homem pós moderno celebra o progresso da ciência, orgulha-se dos avanços técnicos, comemora a aparente vitória do “sensível’ sobre o “supra sensível”.
Envolto num ambiente de conquistas e estupefato diante das maravilhas que contempla o ser humano pode incorrer num grave risco, o de lançar mão de sua capacidade peculiar, a de refletir.
Quando isso acontece o homem pós moderno e o homem australaptecos encurtam a linha do tempo que os separa fazendo tal qual o outro.
Como explicar o aumento da barbárie¿ os crimes apresentam cada vez mais requintes de crueldade, hediondos atos repetidos sem longos intervalos. É o que vemos rotineiramente. Extingue-se a noção de respeito, mulheres, crianças parece que ninguém mais é digno de benevolência.
O homem lobo do homem torna-se uma realidade. Devoram-se uns aos outros, tanto no sentido estrito da palavra quanto no sentido amplo. A onda de insegurança e medo alastra-se. As relações são prejudicadas. Muros são levantados, preconceitos são fortificados, a identidade do próprio homem é mais uma vez ofuscada.
Nada que acontece exterior ao homem tem a força de mudá-lo quanto aquela que surge em seu interior. É uma tal potência que alguns, na história da humanidade sobressaíram-se por terem potencializado essa força e de alguma fizeram-se externar.
Admirar o progresso da humanidade é excelente, é uma atitude louvável. Terrível é entregar-se ao afã da auto-suficiência e renegar a voz interior que se faz audível em todas as circunstâncias.
Ouvir a voz que ora sussurra em nós e noutras brada é caminho de sabedoria e é que realmente vai nos diferenciar do homem primitivo.
Vanderlúcio Souza
O Povo Online
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