Em outubro do ano passado, interessado em me aprofundar em marketing digital, caí num vídeo de um sujeito comum, com cara gente boa e uma conversa suave.
Cheio de humildade, jogava com segurança um monte de dados concretos de pessoas como ele que haviam conseguido resultados extraordinários com uma fórmula infalível de uso da internet para promover e vender pessoas e produtos online.
Diferente de tudo o que eu tinha visto, passou o método de graça. Pelos quase 30 minutos seguintes, foi despejando dicas e conselhos valiosos de sua experiência pessoal sem pedir nada em troca. Só pedia que eu comentasse e compartilhasse, caso tivesse gostado, e me convidava para um segundo vídeo de informações quentes para se chegar aos mesmos resultados.
Repetiu boa parte das informações do primeiro, acrescentou dicas e conselhos valiosos, só pediu em troca comentários e compartilhamentos e convidou para um terceiro.
Onde deu mais informações e exemplos bem sucedidos de pessoas que usaram a fórmula no mundo e, de novo, como não quer nada, anunciou um quarto onde tudo aquilo iria chegar. Sempre humilde, sempre se esforçando para parecer uma pessoas comum, mas sem deixar de exibir suas cifras de sucesso.
E sempre pedindo comentários e compartilhamentos.
No quarto, enfim, longo como os demais, resumiu as informações dos vídeos anteriores, listou uma série de novas vantagens, comunicou como quem não quer nada que estaria oferecendo a fórmula para quem estivesse disposto a pagar, ofereceu bônus exclusivos para os interessados e, só no final, no último minuto, falou no preço. Depois disso, apenas advertiu que a oferta, infelizmente, por vários motivos, só estaria disponível até aquela sexta-feira.
Comprei no impulso, sem questionar o preço especialmente elevado para os meus padrões, sem pesquisar na internet se havia alternativas mais baratas, sem medo de explicar para os amigos e parentes como fiz um investimento daquele tamanho através da internet – a que sempre resisti para fazer compras – e de um sujeito que acabava de conhecer.
O que explica o poder daqueles quatro vídeos mesmerizantes, de um sujeito desconhecido, longos para os nossos padrões atuais de pressa?
Fui descobrir quase um ano depois que caí em um ou todos os gatilhos mentais listados em As Armas da Persuasão, o livro de cabeceira que ele citava sempre nos vídeos semanais que, a partir daí, passei a assistir com admiração de fã.
by Ramiro Batista
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