terça-feira, 6 de setembro de 2016

E o Individualismo?




É comum os estudiosos da sociedade contemporânea valorizarem a liberdade do indivíduo moderno,por mais que a sociedade moderna tenha ampliado as formas possíveis de se viver, é completamente utópico pensar em uma estrutura social que não imponha restrições à liberdade individual. Uma vez inserido numa determinada rede social, o indivíduo terá, de uma forma ou outra, que escolher um modo de funcionamento, dentro da estrutura social vigente. Até mesmo a liberdade de escolha entre as possíveis funções sociais que vá exercer depende de certas condições que restringem sua liberdade individual.A sociedade contemporânea envolve muitas tensões, sendo que o trabalho consome a maior parte de nosso tempo, e, ainda por cima, oferece um campo que pode restringir nossas inclinações e preferências pessoais. Aos jovens, é oferecido um amplo leque de conhecimentos, opções possíveis, que, infelizmente, diminuirão consideravelmente quando forem obrigados a se defrontar com a vida adulta e as exigências características desse período. Mergulhados numa ilha da fantasia, onde tudo parece possível, os sonhos que perseguiam se transformam numa dura realidade à medida que são obrigados a participar do mercado de trabalho.
A liberdade individual é o predicado mais valorizado pela sociedade contemporânea, assim como o que mais está contribuindo para o atual mal-estar. Nas sociedades anteriores, o mal-estar era fruto de um investimento excessivo na segurança em detrimento do prazer. Atualmente, o que prevalece é justo o oposto: descarta-se a segurança e busca-se, cada vez mais, sensações intensas e experiências carregadas de muita emoção. A liberdade individual com sua consequente busca do prazer está hipervalorizada. Mas, infelizmente, o que se observa é que a felicidade tão almejada não é atingida.
Ao mesmo tempo em que a liberdade é tida como direito de todo indivíduo,onde podemos então fazer nossas escolhas e prover os nossos desejos,estamos limitados pelos donos da sociedade atual que media todas as ações entre sujeitos e objetos.


Adriana Arakaki

Recanto das Letras

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